domingo, dezembro 21, 2008

São Minhas as

Reflexões

Em poucos dias estaremos celebrando o Natal.
Em pouco tempo mais um Ano se acaba e outro se anuncia.
E assim, celebramos, comemoramos, bebemos, comemos e choramos por mais um ciclo que se completa, por mais uma etapa das nossas vidas.

2008, já no seu primeiro dia chegou e um baita susto.
Saúde abalada. As drogas potentes usadas servem para debelar a crise e seqüelar o organismo. O cigarro, nunca foi um companheiro, apenas uma má companhia.
Perdemos o amigo-irmão querido. O céu ganhou um anjo de asa quebrada, Manoel.
Profissionalmente, foi uma queda de efeito dominó.
Perdemos eleição, clientes, posições sociais e dinheiro. Doeu demais.
E choramos juntos! Descobrimos que perder faz parte do jogo.

Contudo foi o Ano par para a minha vida.

Recebi de volta meu filho mais adulto, mais maduro. Depois de uma viagem de 15 meses pelo mundo. Voltou um Homem, um Cidadão. E eu que só pedia a Deus sabedoria para criá-lo, de tal forma, que ele crescesse um grande amigo e companheiro. O Senhor do Universo leu muito além todos os desejos do meu coração, nesse sentido. Findamos o ano como sempre: mãe e filho, filho e mãe, tentando, através do diálogo e na maioria das vezes entre lágrimas e soluços entender nossos conflitos, superando-os sempre com compreensão e solidariedade. Eu te amo filho e agradeço diariamente a Deus por você existir na minha vida. Nós sabemos que nada acontece por acaso.

Convivi e tentei, ao meu modo, ser e me sentir feliz, da maneira que o destino quis, ao lado da pessoa que eu amo que sempre amei e que hoje, aos 51 anos de idade - meu filho já com 23- do alto da minha maturidade, percebo que vivi e ainda vivo o real, verdadeiro e maior amor da minha vida. Um amor incondicional que sobrevive no meu coração de tantas batidas. E se perseguimos a perfeição para garantir eficiência nas coisas do dia-a-dia da Vida, as convenções, sobretudo, as socais estabelecidas pelos homens, não obedecem à lógica de um coração. Por isso jamais me sentir transgressora ou devedora por esse amor, por esse sentimento. Eu te amo Eduardo e agradeço diariamente a Deus pelo dia que você cruzou a minha vida e fez o meu destino tomar um caminho cheio de surpresas, desafios, superações e aprendizagem. Nós aprendemos caminhando por ele.

Estive mais perto da minha família, como se alguma vez tivesse estado longe, mesmo não estando presente. Como mãe, pude compreender as alegrias, dores e lágrimas da minha mãe. Ainda assim, continuo tendo com ela as mesmas atitudes de uma filha, apenas. A filha com quem ela se preocupa se parou de fumar, se está bebendo ou se não está bebendo, se vai chegar cedo ou se vai demorar, arruma a minha cama e pisa mansinho pelo corredor pra eu não acordar. E acordada eu já estou. Como mãe descobrir que mãe é um Ser esquisito. Sente o que ninguém sente por ela. Pude saber o peso dessa sensação através da minha própria mãe, que sabe ler em mim, uma dor, uma lágrima, uma ausência. Dona Maria, se eu pudesse voltar ao tempo, eu faria o tempo parar só para não lhe ver chorar numa estação. Amo-te demais Minha Mãe.

Quando meu filho era criança, eu queria explicar a ele que nós é que dávamos sentido a nossa vida, para que ela fosse alegre e feliz. Que os bons e honestos amigos, são também a nossa família, que a vovó Alzira era a sua avó sem nunca ter sido minha mãe... Ai foi lançado o musical “Casa de Brinquedos” e como não exista CD, eu coloquei um gravador ao lado do som da TV para que gravasse em fita o texto do Fernando Faro que é uma descrição poética de como você pode dar sentido, dar vida as coisas. O texto foi narrado pelo ator de cabelos branquinho, Dionísio Azevedo, ele parecia o papai Noel. Com parte desse texto eu encerro esse meu momento de reflexão de final de ano. Leiam que é muito Lindo!


By Fernando Faro.

“...E eu queria lhe dizer uma coisa: não esqueça filho.
Uma rosa não é uma rosa. Uma rosa é o amanhã,
Uma mulher o canto de um homem.
Uma rosa é uma invenção sua.
O mundo é uma invenção sua.
Você lhe dá sentido. Você o faz bonito. Você cobre de cores.
Um brinquedo, o que é um brinquedo?
Duas ou três partes de plástico, de lata...
Uma matéria fria, sem alegria, sem História...
Mas não é isso, não é, Filho?
Porque você lhe dá vida,
Você faz ele voar, viajar...”

Que tenhamos um Natal em família.
Com saúde. Solidariedade. Paz.
E 2009 com alegria, saúde e prosperidade.
Que continuemos a ser as pessoas que somos: imperfeitas, mas com a alma e o coração generosos.

Sula Maciel.dez/2008